Brasileiros querem mais proteção às crianças, mas há tendência a não confiar nas instituições e têm baixos níveis de conscientização quando comparados a outros países da América Latina
“Precisamos de todo o mundo para acabar com a violência contra crianças”. O tema da campanha de 2017 da Visão Mundial Internacional embasou a produção de uma série de pesquisas e consultas que demonstraram que a violência contra crianças é a ameaça mais significativa ao futuro das juventudes.
Nesse sentido, a Visão Mundial América Latina e Caribe encomendou à Ipsos a realização de uma pesquisa regional sobre percepções públicas da violência contra crianças e adolescentes e a eficácia dos sistemas de proteção dos países, visando a obter um comparativo com uma pesquisa similar realizada em 2014.
O Brasil e a percepção da violência
A partir de respostas individuais a questionários aplicados on-line e com um período que incluiu pesquisa de campo, a “Pesquisa da Visão Mundial de Proteção à Criança 2017” produziu estatísticas agregadas para desenvolver uma compreensão de como as populações de diferentes países veem a violência contra crianças, com os seguintes objetivos:
Avaliar a opinião pública, percepção, preocupação e compreensão da violência contra crianças;
Medir a consciência e as atitudes das pessoas sobre o problema e sua percepção das responsabilidades do governo e das demais partes interessadas para acabar com a violência;
Identificar as principais fontes de informação sobre crianças afetadas pela violência;
Compreender a percepção do público das causas e soluções atuais da violência contra crianças.
Entre os resultados válidos para a população brasileira, divulgados no relatório Violência contra crianças e adolescentes: percepções públicas no Brasil, a Ipsos identificou que o País detém um dos maiores índices de risco de violência contra crianças e adolescentes da América Latina e Caribe (29%, entre alto e médio) e acredita que a violência contra crianças e adolescentes tem aumentado, com impactos nas relações sociais, na saúde e educação. Veja o mapa.
Fonte: Violência contra crianças e adolescentes: percepções públicas no Brasil . Clique para ampliar.
Alguns mitos compartilhados pela população brasileira é de que a casa é um dos lugares mais seguros para crianças e adolescentes – quando, em 2015, o País registrou mais de 42 mil denúncias de violência ocorridas no espaço doméstico – e que o alcoolismo e o consumo de drogas são a principal causa de violência contra crianças e adolescentes.
As causas da violência têm várias manifestações, por exemplo, de acordo com o UNICEF, uma em cada duas crianças menores de 15 anos estão sujeitas a castigos corporais em casa; uma em cada quatro meninas se casam antes de completarem 18 anos; isso mostra quanto as atitudes culturais e as práticas trazem violência contra crianças e adolescentes.”
Violência contra crianças e adolescentes: percepções públicas no Brasil, p. 13
Fontes de informação
Outros dados relevantes demonstram que a maioria dos brasileiros quer ver mais ações de proteção às crianças – embora, paradoxalmente, tenha caído a confiança nas instituições em realizar essa tarefa – e acredita que aumentar a consciência da violência contra crianças e adolescentes na mídia ajuda a prevenir a violência contra elas no futuro.
No entanto, os brasileiros também tendem menos a ter ouvido sobre a violência contra crianças por meio de fontes de informação variadas. “Isso sugere que a conscientização pública sobre a violência é menor do que em outras partes da América Latina. Esse deve ter sido um fator que contribuiu para os níveis mais baixos de conscientização sobre a violência e seus impactos”, diz o relatório. Confira o gráfico.
Onde os brasileiros ouviram sobre violência contra crianças. Fonte: Violência contra crianças e adolescentes: percepções públicas no Brasil . Clique para ampliar.
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