“É cada vez mais notória e urgente a necessidade de
melhorias na qualidade da educação básica no Brasil. O País está longe de
garantir oportunidades iguais a todos os seus cidadãos, tem sua produtividade
praticamente estagnada há décadas e grande parte de sua população sofre com
problemas sociais de diversas naturezas.
É certo que uma educação de qualidade não resolverá todas essas questões, mas, sem ela, será impossível caminhar rumo a um País verdadeiramente desenvolvido do ponto vista social e econômico. Há muito a ser feito (…). São baixíssimos os níveis de aprendizagem, principal desafio que retrata o problema de qualidade ainda existente.”
O diagnóstico faz parte do Relatório anual de acompanhamento do Educação Já! – Balanço 2019 e perspectivas 2020, lançado nesta segunda-feira (9) no Encontro Anual Educação Já 2020, realizado em Brasília (DF) pelo movimento Todos pela Educação.
Com o tema “Acompanhando os avanços e desafios da educação básica brasileira”, o evento estava previsto para ocorrer até o dia 11, mas foi cancelado após a segunda-feira por suspeita de Covid-19, posteriormente descartada.
O Relatório recupera outro documento produzido pelo Todos pela Educação e por especialistas e organizações parceiras, intitulado Educação já: uma proposta suprapartidária de estratégia para a educação básica brasileira e prioridades para o governo federal em 2019-2022.
Naquele documento, produzido em 2018, os especialistas e
organizações apresentam uma série de sugestões de medidas concretas para
enfrentar os desafios da educação básica pública no País, visando a garantir
uma educação de qualidade para todos.
Com coordenação de Priscila Cruz, Olavo Nogueira Filho,
Gabriel Corrêa e Thaiane Pereira, a proposta conta com leitura crítica e revisões
de nomes como José Henrique Paim, Claudia Costin, Alexandre Schneider, Patrícia
Mota Guedes e Alejandra Velasco. Do CENPEC
Educação, Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração;
Maria Alice Setubal, fundadora; e Binho Marques, conselheiro, participaram da
construção.
As propostas do documento de 2018 foram baseadas em cinco
princípios:
Aprendizagem para o desenvolvimento integral da pessoa;
Equidade;
Professores são fundamentais;
Apoio das outras áreas.
Conciliar uma agenda básica com respostas às demandas contemporâneas.
Já as propostas, em número de sete, contemplam
ações dentro da escola, no sistema educacional e além da escola:
Criação de uma política nacional de valorização e desenvolvimento profissional docente;
Aprimoramento das políticas de alfabetização na idade certa;
Apoio e incentivo ao fortalecimento das políticas pedagógicas básicas, para garantir a efetivação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Aprimoramento da política de fomento à expansão da jornada escolar e apoio aos estados na reorganização da estrutura de funcionamento do ensino médio;
Reestruturação de regras de governança do sistema educacional a partir da criação do Sistema Nacional de Educação;
Mudanças nos mecanismos de financiamento da educação básica, para torná-los mais eficientes, redistributivos e indutores de qualidade;
Instituição de uma política nacional de desenvolvimento de crianças de zero a 6 anos, em ações intersetoriais.
A partir daí, o Relatório lançado no dia 9 trouxe os resultados do monitoramento realizado ano passado das propostas apresentadas em 2018. Além disso, o novo documento aponta as perspectivas da educação de acordo com o cenário de 2020.
Houve três pontos destacados no evento, a partir do Relatório:
A educação básica avançou em 2019, ainda que a passos lentos;
Houve protagonismo de atores do poder público fora do Ministério da Educação (MEC): estados, municípios, Conselho Nacional de Educação e Congresso Nacional; e
Há pontos de alerta para este ano: aprovação do novo Fundeb, implementação do Novo Ensino Médio e o indicativo explícito de uso do MEC para uma suposta “revolução cultural”.
No geral, a educação básica brasileira como um todo
teria tirado nota “C”. Confira o quadro-resumo.
O Relatório
anual de acompanhamento do Educação Já traz ainda dados importantes para
analisar o estado atual da educação básica pública e seus principais desafios,
avanços, recuos e necessidades, a partir de três objetivos-fim:
Garantir o acesso de todas as crianças e jovens
à escola;
Garantir a permanência na escola com trajetória
adequada entre as séries e conclusão em idade apropriada;
Garantir a aprendizagem de todos os alunos na
idade certa.
Entre os destaques, encontram-se gráficos sobre o acesso à escola, distorção idade-série e índices de aprendizagem. O CENPEC Educação apoia a construção do Relatório, que contou com consultoria de Anna Helena Altenfelder e Binho Marques, entre outros especialistas, durante sua construção.
Suprapartidário, o Educação Já é uma iniciativa liderada pelo Todos pela Educação que visa a contribuir com medidas concretas e estruturantes que respondam ao desafio de melhorar a qualidade da educação básica brasileira. A iniciativa reúne especialistas, movimentos e instituições de todo o País.
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