Nas escolas estaduais, 1,8 milhão de reprovados ou evadidos em 2018
Para Mônica Gardelli Franco, diretora-executiva do CENPEC Educação, as razões para abandono e distorção idade-série são múltiplas e precisam de políticas integradas e articuladas
São 1,8 milhão de crianças, adolescentes e jovens. Em comum, eles têm uma marca ruim: foram reprovados ou simplesmente abandonaram as escolas públicas estaduais em 2018. Os dados são de um levantamento realizado pela Fundação Roberto Marinho e foram comentados por Mônica Gardelli Franco, diretora-executiva do CENPEC Educação, na Edição das 16h, do Jornal Globo News. Assista ao vídeo.
Aprovação, reprovação, evasão
O levantamento da FRM sobre a taxa de rendimento nas redes públicas estaduais de ensino considerou os percentuais de evasão escolar, reprovação e aprovação.
Em termos de aprovação, Mato Grosso tem o melhor resultado no Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano), com uma taxa de 96,2%, seguido por São Paulo (94,6%) e Goiás (94,4%). A média nacional é de 87,9% na taxa de aprovação e de 9,8% na reprovação, com o estado da Bahia com o pior resultado nesta última: 22,9%.
Em termos de abandono, ou evasão escolar, a Paraíba tem a maior taxa no Ensino Fundamental II: 6%. O estado que mais se saiu bem foi Pernambuco, com 0,9% – a média nacional foi de 2,3%.
Pernambuco também se destaca no Ensino Médio, com taxa de aprovação de 94%, frente a 69,4% do Rio Grande do Sul, que tem o pior resultado; e de abandono de 1,2% frente a 14,1% do Pará, pior colocado nesse quesito. A média nacional de aprovação para o Ensino Médio é de 81,5% e de evasão escolar, 7%.
Fatores determinantes e desafios
Para Mônica Gardelli Franco (foto), as razões que levam estudantes a serem reprovados, contribuindo para a distorção idade-série, e a abandonarem a escola são múltiplas e devem ser abordadas em sua complexidade, por meio de políticas públicas adequadas.
“Os estudos e a experiência do CENPEC Educação nesses 30 anos de atuação mostram que são vários os fatores que, conjugados, acabam levando o aluno a evadir da escola ou a todo esse processo de reprovação. Esses fatores [incluem] o próprio desinteresse do aluno (…), mas passam também por uma cultura educacional de que a reprovação tem um sentido na formação”, explica Franco.
Segundo a especialista, é preciso agir para que os estudantes que estão no processo normal não ampliem as estatísticas de distorção e evasão e atentar para os que já fazem parte dela. Infelizmente, porém, “não há política para tratar ou para cuidar da educação dessas pessoas, que estão em situação de distorção idade-série ou evadiram da escola”, analisa a diretora-executiva do CENPEC Educação.
Ainda de acordo com Mônica Franco, o desafio está justamente em enfrentar o problema de forma articulada e integrada. Por isso, “o CENPEC Educação (…) tomou a decisão de que essa será nossa causa, de ajudar os municípios e os estados a encontrarem os caminhos para que estanquemos esse problema (…) e não deixemos essas vida para trás”, declara.
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